Author: | Monteiro Lobato | ISBN: | 9781619651616 |
Publisher: | Montecristo Editora | Publication: | January 1, 2019 |
Imprint: | Montecristo Editora | Language: | Portuguese |
Author: | Monteiro Lobato |
ISBN: | 9781619651616 |
Publisher: | Montecristo Editora |
Publication: | January 1, 2019 |
Imprint: | Montecristo Editora |
Language: | Portuguese |
Lançado em 1944 e republicado em dois tomos nas suas Obras completas, este volume compila cerca de quarenta anos da correspondência ativa de Monteiro Lobato com Godofredo Rangel . Um dos mais extensos testemunhos epistolares de que se tem notícia no país mostra toda uma trajetória de vida, da fase inicial dos sonhos e das utopias juvenis ao desencanto da velhice, passando pela maturidade das lutas, conquistas e projetos realizados.
As cartas começam quando ambos ainda eram estudantes na Faculdade de Direito de São Paulo, traçando um painel dos costumes e mentalidade que atravessam a chamada República Velha e terminam durante o governo Dutra, em 1948. As linhas remetidas do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Taubaté, de Santos e até de Nova York, onde Lobato trabalhou de 1927 a 1930 como adido comercial no consulado brasileiro, ecoam uma inquestionável paixão pela literatura, além de registrarem reflexões sobre os principais acontecimentos do período.
Godofredo Rangel não alcançou a celebridade do companheiro, mas a ele serviu de contraponto e apoio, incentivando-o a escrever e opinando sobre seus textos. Se a correspondência versa sobre assuntos variados, de ambições profissionais a debates políticos e problemas socioeconômicos, o tema central é a literatura. Consciente do seu valor como fonte de memória histórica, em 1943, após alguma insistência, Rangel convence o companheiro a publicá-las. Rangel recusou-se terminantemente a publicar suas cartas, alegando que elas não possuíam outro mérito além de provocar excelentes respostas de Lobato. Anos mais tarde o segundo volume de “A Barca de Gleyre ” foi publicado, novamente com o habitual silêncio de Rangel.
O livro recebe seu nome inspirado em Ilusões perdidas, tela de Charles Gleyre (1808-1874). A obra do pintor de origem suíça reproduz um barco atracando no cais que traz à proa um velho com o braço pendido sobre uma lira. O título também recupera o teor das linhas escritas em novembro de 1904, quando o signatário, ainda rapaz, compara o futuro de ambos ao melancólico personagem do quadro:
O teu artigo me evocou a barca do velho. Em que estado voltaremos, Rangel, desta nossa aventura de arte pelos mares da vida em fora? Como o velho de Gleyre? Cansados, rotos? As ilusões daquele homem eram as velas da barca e não ficou nenhuma. Nossos dois barquinhos estão hoje cheios de velas novas e arrogantes, atadas ao mastro da nossa petulância. São as nossas ilusões. Que lhes acontecerá? Somos vítimas de um destino, Rangel. Nascemos para perseguir a borboleta de asas de fogo se a não pegarmos, seremos infelizes; e se a pegarmos, lá se nos queimam as mãos. Nós três, eu, você e o Edgard, sofremos da mesma doença e, pois, trilharemos as mesmas sendas e voltaremos ao cais na barca de Gleyre com aquele mastro caído, a lira largada, a bússola sem agulha.
Livros da Coleção Monteiro Lobato Adulto
1. Contos Completos
2. Urupês (1918)
3. Cidades mortas (1919)
4. Ideias de Jeca Tatu (1919)
5. Negrinha (1920)
6. O macaco que se fez homem (1923)
7. Mundo da lua (1923)
8. O Presidente Negro/O choque das Raças (1926)
9. A barca de Gleyre (1944)
10. Prefácios e Entrevistas (1940)
Lançado em 1944 e republicado em dois tomos nas suas Obras completas, este volume compila cerca de quarenta anos da correspondência ativa de Monteiro Lobato com Godofredo Rangel . Um dos mais extensos testemunhos epistolares de que se tem notícia no país mostra toda uma trajetória de vida, da fase inicial dos sonhos e das utopias juvenis ao desencanto da velhice, passando pela maturidade das lutas, conquistas e projetos realizados.
As cartas começam quando ambos ainda eram estudantes na Faculdade de Direito de São Paulo, traçando um painel dos costumes e mentalidade que atravessam a chamada República Velha e terminam durante o governo Dutra, em 1948. As linhas remetidas do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Taubaté, de Santos e até de Nova York, onde Lobato trabalhou de 1927 a 1930 como adido comercial no consulado brasileiro, ecoam uma inquestionável paixão pela literatura, além de registrarem reflexões sobre os principais acontecimentos do período.
Godofredo Rangel não alcançou a celebridade do companheiro, mas a ele serviu de contraponto e apoio, incentivando-o a escrever e opinando sobre seus textos. Se a correspondência versa sobre assuntos variados, de ambições profissionais a debates políticos e problemas socioeconômicos, o tema central é a literatura. Consciente do seu valor como fonte de memória histórica, em 1943, após alguma insistência, Rangel convence o companheiro a publicá-las. Rangel recusou-se terminantemente a publicar suas cartas, alegando que elas não possuíam outro mérito além de provocar excelentes respostas de Lobato. Anos mais tarde o segundo volume de “A Barca de Gleyre ” foi publicado, novamente com o habitual silêncio de Rangel.
O livro recebe seu nome inspirado em Ilusões perdidas, tela de Charles Gleyre (1808-1874). A obra do pintor de origem suíça reproduz um barco atracando no cais que traz à proa um velho com o braço pendido sobre uma lira. O título também recupera o teor das linhas escritas em novembro de 1904, quando o signatário, ainda rapaz, compara o futuro de ambos ao melancólico personagem do quadro:
O teu artigo me evocou a barca do velho. Em que estado voltaremos, Rangel, desta nossa aventura de arte pelos mares da vida em fora? Como o velho de Gleyre? Cansados, rotos? As ilusões daquele homem eram as velas da barca e não ficou nenhuma. Nossos dois barquinhos estão hoje cheios de velas novas e arrogantes, atadas ao mastro da nossa petulância. São as nossas ilusões. Que lhes acontecerá? Somos vítimas de um destino, Rangel. Nascemos para perseguir a borboleta de asas de fogo se a não pegarmos, seremos infelizes; e se a pegarmos, lá se nos queimam as mãos. Nós três, eu, você e o Edgard, sofremos da mesma doença e, pois, trilharemos as mesmas sendas e voltaremos ao cais na barca de Gleyre com aquele mastro caído, a lira largada, a bússola sem agulha.
Livros da Coleção Monteiro Lobato Adulto
1. Contos Completos
2. Urupês (1918)
3. Cidades mortas (1919)
4. Ideias de Jeca Tatu (1919)
5. Negrinha (1920)
6. O macaco que se fez homem (1923)
7. Mundo da lua (1923)
8. O Presidente Negro/O choque das Raças (1926)
9. A barca de Gleyre (1944)
10. Prefácios e Entrevistas (1940)