O livro de André Yazbek enfrenta rigorosamente a dificuldade de trazer à luz uma descrição comparativa ou um confronto que não reduza as ideias de Jean-Paul Sartre e de Michel Foucault e suas oposições a traços gerais e demasiadamente esquemáticos, ou, pelo contrário, a diferenciações miúdas que acabam por escamotear o essencial. E as enfrenta, pode-se dizer, com pelo menos dois laboriosos recursos. Primeiro, refazendo as trajetórias de Sartre e de Foucault, busca não apenas tracejá-las lado a lado, mas estampar suas intersecções: mais que paralelos, expõe cruzamentos. Segundo, percorrendo cuidadosamente a vasta produção de um e outro e reconstituindo com fidelidade a perspectiva interna e peculiar de cada qual, também arrisca propor suas próprias reflexões: mais que a restrita reprodução, provoca o pensamento. Portanto, interlocução entre Sartre e Foucault. Mas também, entre estes pensadores, por um lado, e, por outro, o autor do livro e seus futuros leitores.
O livro de André Yazbek enfrenta rigorosamente a dificuldade de trazer à luz uma descrição comparativa ou um confronto que não reduza as ideias de Jean-Paul Sartre e de Michel Foucault e suas oposições a traços gerais e demasiadamente esquemáticos, ou, pelo contrário, a diferenciações miúdas que acabam por escamotear o essencial. E as enfrenta, pode-se dizer, com pelo menos dois laboriosos recursos. Primeiro, refazendo as trajetórias de Sartre e de Foucault, busca não apenas tracejá-las lado a lado, mas estampar suas intersecções: mais que paralelos, expõe cruzamentos. Segundo, percorrendo cuidadosamente a vasta produção de um e outro e reconstituindo com fidelidade a perspectiva interna e peculiar de cada qual, também arrisca propor suas próprias reflexões: mais que a restrita reprodução, provoca o pensamento. Portanto, interlocução entre Sartre e Foucault. Mas também, entre estes pensadores, por um lado, e, por outro, o autor do livro e seus futuros leitores.