Author: | Eça de Queirós | ISBN: | 1230000226996 |
Publisher: | Z Edições | Publication: | March 21, 2014 |
Imprint: | Language: | Portuguese |
Author: | Eça de Queirós |
ISBN: | 1230000226996 |
Publisher: | Z Edições |
Publication: | March 21, 2014 |
Imprint: | |
Language: | Portuguese |
Do ponto de vista da evolução literária de Eça de Queiroz, O Mandarim representa, portanto, um momento de virada: aquele em que o escritor abandona a “preocupação naturalista”, que, segundo o próprio Eça, embora tivesse servido para lhe disciplinar o espírito, também “o condenara a reprimir, muitas vezes sem vantagem, os seus ímpetos de verdadeiro romântico que no fundo era”.
Determinado seu lugar na produção queiroziana, observemos rapidamente essa obra singular. O Mandarim é antes um conto que uma novela, pois sua trama se concentra à volta de uma só personagem e a ação se reduz a um único acontecimento central, que implica todos os desenvolvimentos posteriores.
O registro genérico é o da farsa moralizante, e o ponto de partida é um problema moral que era conhecido, no século passado, como o “paradoxo do mandarim”.
No seu texto, a China não é apenas o lugar abstrato, incógnito e remoto, onde vive um homem desconhecido cuja vida é destruída por um ocidental. Pelo contrário, ganha concretude e responde por cerca de metade do número de páginas da história.
Da mesma forma que o Médio Oriente em A Relíquia, a China é praticamente tudo em O Mandarim. Mas a diferença é que, enquanto em A Relíquia, Eça descreve um ambiente e civilização que observara pessoalmente, em O Mandarim nos apresenta um lugar construído a partir de relatos de terceiros, de leituras e, principalmente, pela livre imaginação.
Daí, justamente, o interesse da viagem de Teodoro, que nos conduz a uma China colorida, bastante bizarra, em que encontramos uma espécie de súmula da visão europeia do que fosse o Extremo Oriente.
Para o leitor de hoje, como para o de ontem, sem dúvida a parte mais atraente de O Mandarim continua a ser a viagem chinesa.
Do ponto de vista da evolução literária de Eça de Queiroz, O Mandarim representa, portanto, um momento de virada: aquele em que o escritor abandona a “preocupação naturalista”, que, segundo o próprio Eça, embora tivesse servido para lhe disciplinar o espírito, também “o condenara a reprimir, muitas vezes sem vantagem, os seus ímpetos de verdadeiro romântico que no fundo era”.
Determinado seu lugar na produção queiroziana, observemos rapidamente essa obra singular. O Mandarim é antes um conto que uma novela, pois sua trama se concentra à volta de uma só personagem e a ação se reduz a um único acontecimento central, que implica todos os desenvolvimentos posteriores.
O registro genérico é o da farsa moralizante, e o ponto de partida é um problema moral que era conhecido, no século passado, como o “paradoxo do mandarim”.
No seu texto, a China não é apenas o lugar abstrato, incógnito e remoto, onde vive um homem desconhecido cuja vida é destruída por um ocidental. Pelo contrário, ganha concretude e responde por cerca de metade do número de páginas da história.
Da mesma forma que o Médio Oriente em A Relíquia, a China é praticamente tudo em O Mandarim. Mas a diferença é que, enquanto em A Relíquia, Eça descreve um ambiente e civilização que observara pessoalmente, em O Mandarim nos apresenta um lugar construído a partir de relatos de terceiros, de leituras e, principalmente, pela livre imaginação.
Daí, justamente, o interesse da viagem de Teodoro, que nos conduz a uma China colorida, bastante bizarra, em que encontramos uma espécie de súmula da visão europeia do que fosse o Extremo Oriente.
Para o leitor de hoje, como para o de ontem, sem dúvida a parte mais atraente de O Mandarim continua a ser a viagem chinesa.