Luiz de Camões: notas biograficas: Prefacio da setima edição do Camões de Garrett

Nonfiction, Religion & Spirituality, New Age, History, Fiction & Literature
Cover of the book Luiz de Camões: notas biograficas: Prefacio da setima edição do Camões de Garrett by Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, Library of Alexandria
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Author: Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco ISBN: 9781465567307
Publisher: Library of Alexandria Publication: July 29, 2009
Imprint: Library of Alexandria Language: Portuguese
Author: Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco
ISBN: 9781465567307
Publisher: Library of Alexandria
Publication: July 29, 2009
Imprint: Library of Alexandria
Language: Portuguese
Direi primeiro do amor meio lendario de Luiz Vaz de Camões a D. Catharina de Athaide, como causa essencial da sua vida inquieta e dos revezes da sinistra fortuna procedentes d'esse desvio da prudencia na mocidade. Diogo de Paiva de Andrade, sobrinho do celebrado orador, deixou umas Lembranças ineditas que passaram da opulenta livraria do advogado Pereira e Sousa para meu poder[1]. Diogo de Paiva nascera em 1576. É contemporaneo de Camões. Conheceu provavelmente pessoas da convivencia do poeta. Poderia escrever amplamente, impugnando algumas noticias de Mariz, de Severim e de Manuel Corrêa. Era cedo, porém, para que o assumpto lhe interessasse bastante. Na juventude de Paiva, as memorias de Camões não tinham ainda attingido a consagração poetica de que se formam as nebulosas do mytho. Diogo de Paiva pouco diz; mas, n'essas poucas linhas, ha duas especies não relatadas pelos outros biographos: Luiz de Camões, poeta bem conhecido, tendo 18 annos, namorou Catharina de Athaide, e principiou a inclinação em19 ou 20 de abril, do anno de 1542, em sexta-feira da semana santa, indo ella á igreja das Chagas de Lisboa, onde o poeta, se achava. A esta senhora dedicou muitas das suas obras, e ainda que com differentes nomes é a mesma de que falla repetidas vezes. Foi depois dama da rainha D. Catharina, e continuando os amores com boa correspondencia, mudou ella de objecto para os agrados de que Camões se queixa em suas composições. Por estes amores foi quatro vezes desterrado: uma de Coimbra, estando lá a côrte, para Lisboa; outra de Lisboa para Santarém; outra de Lisboa para a Africa; e finalmente de Lisboa para a India, d'onde voltou muito pobre, sendo já fallecida D. Catharina, por quem tão cegamente se apaixonára. O desterro de Camões de Coimbra, onde estava a côrte, é a novidade que não pude conciliar com o facto de ter residido D. João III em Coimbra nos annos immediatos a 1542, anno em que o poeta vira D. Catharina na igreja das Chagas. Os impressos que consultei, e não foram poucos, não me esclareceram. Sei tão sómente que o rei esteve em Coimbra por 1527 e 1550. N'esta segunda data já Camões se repatriára do segundo desterro em Africa. Quanto á inconstancia da dama da rainha--novidade de mais facil averiguação--os factos que vou expender a persuadem coherentemente
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Direi primeiro do amor meio lendario de Luiz Vaz de Camões a D. Catharina de Athaide, como causa essencial da sua vida inquieta e dos revezes da sinistra fortuna procedentes d'esse desvio da prudencia na mocidade. Diogo de Paiva de Andrade, sobrinho do celebrado orador, deixou umas Lembranças ineditas que passaram da opulenta livraria do advogado Pereira e Sousa para meu poder[1]. Diogo de Paiva nascera em 1576. É contemporaneo de Camões. Conheceu provavelmente pessoas da convivencia do poeta. Poderia escrever amplamente, impugnando algumas noticias de Mariz, de Severim e de Manuel Corrêa. Era cedo, porém, para que o assumpto lhe interessasse bastante. Na juventude de Paiva, as memorias de Camões não tinham ainda attingido a consagração poetica de que se formam as nebulosas do mytho. Diogo de Paiva pouco diz; mas, n'essas poucas linhas, ha duas especies não relatadas pelos outros biographos: Luiz de Camões, poeta bem conhecido, tendo 18 annos, namorou Catharina de Athaide, e principiou a inclinação em19 ou 20 de abril, do anno de 1542, em sexta-feira da semana santa, indo ella á igreja das Chagas de Lisboa, onde o poeta, se achava. A esta senhora dedicou muitas das suas obras, e ainda que com differentes nomes é a mesma de que falla repetidas vezes. Foi depois dama da rainha D. Catharina, e continuando os amores com boa correspondencia, mudou ella de objecto para os agrados de que Camões se queixa em suas composições. Por estes amores foi quatro vezes desterrado: uma de Coimbra, estando lá a côrte, para Lisboa; outra de Lisboa para Santarém; outra de Lisboa para a Africa; e finalmente de Lisboa para a India, d'onde voltou muito pobre, sendo já fallecida D. Catharina, por quem tão cegamente se apaixonára. O desterro de Camões de Coimbra, onde estava a côrte, é a novidade que não pude conciliar com o facto de ter residido D. João III em Coimbra nos annos immediatos a 1542, anno em que o poeta vira D. Catharina na igreja das Chagas. Os impressos que consultei, e não foram poucos, não me esclareceram. Sei tão sómente que o rei esteve em Coimbra por 1527 e 1550. N'esta segunda data já Camões se repatriára do segundo desterro em Africa. Quanto á inconstancia da dama da rainha--novidade de mais facil averiguação--os factos que vou expender a persuadem coherentemente

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