CAPITALISMO, APOLOGIA DA “VITA ACTIVA” E DANO EXISTENCIAL

Dissertação de Mestrado - Coleção "Filósofos do nosso tempo"

Nonfiction, Social & Cultural Studies, Political Science, Government, Social Policy, Science & Nature, Science, Other Sciences, Philosophy & Social Aspects, Public Policy
Cover of the book CAPITALISMO, APOLOGIA DA “VITA ACTIVA” E DANO EXISTENCIAL by CLEBERSON EDUARDO DA COSTA, ATSOC EDITIONS - EDITORA
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Author: CLEBERSON EDUARDO DA COSTA ISBN: 1230001585155
Publisher: ATSOC EDITIONS - EDITORA Publication: March 9, 2017
Imprint: 1 Language: Portuguese
Author: CLEBERSON EDUARDO DA COSTA
ISBN: 1230001585155
Publisher: ATSOC EDITIONS - EDITORA
Publication: March 9, 2017
Imprint: 1
Language: Portuguese

(a5, 114 páginas)

“A vida sem o exercício do pensar é não somente pobreza de espírito, uma vez que espírito em filosofia significa ideia, mas também escravidão...".
Sócrates dizia que "o ser que somente trabalha, come, bebe, faz sexo e dorme não é um homem, mas um escravo ou animal qualquer...".
Nietzsche certa vez escreveu que aquele que não dedica no mínimo 3/4 do seu tempo a si, ou seja, 18 horas, não é um Ser livre, mas um escravo.
___________________
Se, como dizia Sartre, filósofo existencial-humanista do séc. XX, “o homem é um projeto que só existe na medida em que o realiza”, para o existencialismo meritocrático, numa inversão de valores e princípios, “o homem só existe quando, numa disputa qualquer, vence o seu dito oponente ou inimigo, e conquista o seu chamado lugar ao sol”, sacramentando o meritocrático, individualista e elitista ditado popular que diz: “O sol nasce para todos, mas a sombra é para poucos”.
Entretanto, paradoxalmente, como o capitalismo sobrevive e se alimenta das crises que ele mesmo fabrica por meio dos seus constantes processos de obsolescência programada (coisa que o homo faber alienado desconhece), o proletário não tem e nem nunca terá também garantias, estando sempre fadado ao desemprego, como uma espécie de mercadoria qualquer que perde qualidade e valor e que é logo substituída por outra dita mais nova, melhor e/ou lucrativa.
O dano existencial causado pelo capitalismo à classe excluída, proletária ou trabalhadora, nesse sentido:
1-    Está representado pela ausência de projetos pessoais dos proletários ou dos jovens aspirantes a entrarem no mercado de trabalho, que passam as suas juventudes não se desenvolvendo como seres humanos integrais, mas apenas se qualificando e requalificando (ou se formatando e reformatando), mediante instituições ditas educativas, como se fossem objetos ou coisas, ou seja, apêndices do mundo produtivo capitalista;
2-    Está representado pela subordinação, enquanto “Ser-mercadoria”, aos valores e as práticas do mundo dito capitalista;
3-     Está representado como a coisificação ou frustração do homem, uma vez que, na condição de exclusão social em que nasce, o excluído social também não nasce livre, porque sem condições econômicas para exercer a sua dita liberdade, ou seja, ele não nasce como um que-fazer, como um ser devir, mas como possível mercadoria e/ou mão de obra barata para ser explorada (escravizada) por meio da ética antiética do sistema capitalista. 

Estas, entre muitas outras, são questões centrais que, de forma epistemologicamente fundamentada, desenvolveremos e discutiremos ao longo deste trabalho.

  

 

 

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(a5, 114 páginas)

“A vida sem o exercício do pensar é não somente pobreza de espírito, uma vez que espírito em filosofia significa ideia, mas também escravidão...".
Sócrates dizia que "o ser que somente trabalha, come, bebe, faz sexo e dorme não é um homem, mas um escravo ou animal qualquer...".
Nietzsche certa vez escreveu que aquele que não dedica no mínimo 3/4 do seu tempo a si, ou seja, 18 horas, não é um Ser livre, mas um escravo.
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Se, como dizia Sartre, filósofo existencial-humanista do séc. XX, “o homem é um projeto que só existe na medida em que o realiza”, para o existencialismo meritocrático, numa inversão de valores e princípios, “o homem só existe quando, numa disputa qualquer, vence o seu dito oponente ou inimigo, e conquista o seu chamado lugar ao sol”, sacramentando o meritocrático, individualista e elitista ditado popular que diz: “O sol nasce para todos, mas a sombra é para poucos”.
Entretanto, paradoxalmente, como o capitalismo sobrevive e se alimenta das crises que ele mesmo fabrica por meio dos seus constantes processos de obsolescência programada (coisa que o homo faber alienado desconhece), o proletário não tem e nem nunca terá também garantias, estando sempre fadado ao desemprego, como uma espécie de mercadoria qualquer que perde qualidade e valor e que é logo substituída por outra dita mais nova, melhor e/ou lucrativa.
O dano existencial causado pelo capitalismo à classe excluída, proletária ou trabalhadora, nesse sentido:
1-    Está representado pela ausência de projetos pessoais dos proletários ou dos jovens aspirantes a entrarem no mercado de trabalho, que passam as suas juventudes não se desenvolvendo como seres humanos integrais, mas apenas se qualificando e requalificando (ou se formatando e reformatando), mediante instituições ditas educativas, como se fossem objetos ou coisas, ou seja, apêndices do mundo produtivo capitalista;
2-    Está representado pela subordinação, enquanto “Ser-mercadoria”, aos valores e as práticas do mundo dito capitalista;
3-     Está representado como a coisificação ou frustração do homem, uma vez que, na condição de exclusão social em que nasce, o excluído social também não nasce livre, porque sem condições econômicas para exercer a sua dita liberdade, ou seja, ele não nasce como um que-fazer, como um ser devir, mas como possível mercadoria e/ou mão de obra barata para ser explorada (escravizada) por meio da ética antiética do sistema capitalista. 

Estas, entre muitas outras, são questões centrais que, de forma epistemologicamente fundamentada, desenvolveremos e discutiremos ao longo deste trabalho.

  

 

 

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